domingo, 15 de janeiro de 2012

Centelha

Seja no riso ou no pranto,
Serás minha confidente.
A razão do doce encanto,
Que acontece de repente!

És amiga e companheira
Nas horas que mais preciso...
Viverei a vida inteira
À sombra de teu sorriso.

Ao voltar da dura lida,
Nos pés trago o pó da estrada.
Tu me fitas comovida,
Sob a nuvem prateada.

Quero ficar sempre atento,
E sinto um desejo enorme
De ficar sempre ao relento,
Enquanto a cidade dorme.

Quando a noite se avizinha,
Clareias meu corpo inteiro.
Que pena, tu não és minha:
Pertences ao mundo inteiro!

Mesmo sem te ver, percebo
O teu olhar sedutor...
E com ternura recebo
Os teus raios de esplendor.

Sem saber, comigo deitas,
Amaciando meu ego.
O meu amor tu aceitas,
Pois ele também é cego!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Brisa do Lago

A brisa do lago soprava de leve.
A erva daninha mesclou-se de neve;
Fechou os caminhos por onde passaram
As minhas tristezas e os meus desenganos.
Lancei-me na vida e tracei novos planos.
A paz e a esperança então me abraçaram.
Senti a ternura de um amor ardente,
Tão puro, tão doce, pulsante e latente,
Que abracei a vida com força, sem medo...
O frio da neve tornou-se calor,
A brisa do lago se fez cobertor.
A lua no espaço despontou mais cedo.
Fugindo do sol, a noite se afastava...
Com muito carinho, ela me enlaçava;
Deitei no seu colo, tão aconchegante...
Pensei que a vida houvesse parado.
Senti a presença de alguém ao meu lado:
Era a solidão, minha fiel amante!