segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Fazendo de Conta

Fiz de conta que o tempo parou
naquele exato momento em que o sol brilhou mais forte
e tu me ofereceste a sombra de teus olhos para que eu me abrigasse.
Quando nossos pensamentos divagaram pelo mundo da fantasia.
Quando nossos corações bateram descompassadamente,
eu fiz de conta que adivinhava os teus sonhos,
assim como fiz de conta que os realizei,
colorindo-os com todos os tons da natureza.
Fiz de conta que choveu sobre nós dois
e que nos secamos com o calor de nossos corpos,
sobre a relva primaveril.
Fiz de conta que o mundo ignorava meus defeitos, meus
problemas, anseios
que somente tu os conhecia.
Fiz de conta que ainda estavas junto a mim e que me desejavas,
com o mesmo ardor da primeira vez.
Então, te possuí mesmo à distância!
Fiz de conta que nada tinha sentido,
pois o verdadeiro sentido
é fazer de conta que estou junto de ti,.
desfrutando das beneces de uma saudade que me conforta.

domingo, 20 de novembro de 2011

Ausência

Inebriante o néctar que emana
de teus cabelos, a tocar meu rosto;
como se fosse a mais ardente chama,
na luz difusa do luar de agosto.
Como eu queria estar contigo agora,
para estreitar teu corpo por inteiro;
e consolar meu coração que chora,
na solidão do branco travesseiro.
E, sussurrando, queria dizer,
palavras tantas, que me vêem à mente.
Desejo agora o que não posso ter:
aquela chama do teu sol ardente.
Ah! Se pudesse voltar ao começo
desse caminho do qual desviei,
eu me revirava até pelo avesso
para te amar, como jamais te amei.
Abro meus braços para receber
a tua ausência que mora comigo.
O véu da noite começa a descer,
cobre o meu peito e vem dormir comigo.
Afogo então a mágoa que me invade,
neste silêncio que me faz pensar
que tudo aquilo que virou saudade,
foi para sempre, e não há de voltar!

sábado, 19 de novembro de 2011

Uma trova campeã

Teci a felicidade
com os fios da ilusão;
com os pincéis da saudade,
colori a solidão.

(8º lugar Maranguape 2008)

[Conforme publicado em http://www.falandodetrova.com.br/hortenciopessoa]

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Perfil

O meu exterior não me constrange, mas sim, o meu íntimo. Tenho qualidades e defeitos múltiplos que me fazem crer que não sou diferente de ninguém. Absorvo as críticas com a mesma naturalidade com que recebo os elogios. Permito-me o direito de fazer um auto-análise. Chego então a imaginar-me tomando atitudes que divergem do meu modo de ser e de pensar, e tiro a seguinte conclusão: O dia-a-dia encarregar-se-á de lapidar-me, de modo que não me torne uma "persona non grata".
O fato de poder desfrutar da vida é preponderante; isto instiga-me a ser um eterno agradecido a Deus, ao qual glorifico a todo e qualquer momento. Satisfaço-me com o pouco, que para mim é o bastante; se o muito eu possuísse, quem sabe me tornaria um egoísta! Os valores materiais que me foram negados ou arrebatados, nada representam. O que realmente importa é a abundância da riqueza de meu espírito e da minha consciência. Bem que eu gostaria de ser perfeito, mas somente Deus atingiu esse ápice; com a Sua soberania e sapiência, consegue dá-nos força para enfrentar as dificuldades com galhardia. Estaremos sempre em Suas mãos, estas mãos que nos afaga e nos castiga, conforme a Sua vontade.
O que mais me aflige não são os meus problemas, mas sim não poder resolver os problemas alheios. Tenho a sensação de que minhas forças se renovam a cada dia, embora já tenha fraquejado tantas vezes... Costumo dizer, que sou apenas mais um convalescente dos males da vida. Serei recompensado com certeza, com esta mesma certeza que me faz fincar os pés no chão, mas sempre com a cabeça erguida.